Fernanda Nunes celebra resultados promissores no remo costal e reflete sobre os desafios à frente da CACOB
Presidente da Comissão de Atletas do COB foi um dos destaques na campanha vitoriosa do Brasil na Copa América de Remo Costal nova modalidade olímpica para LA 28

Créditos: Reprodução/Remo Brasil
O Time Brasil vem construindo uma promissora história no remo costal, nova modalidade olímpica para Los Angeles 2028. Na Copa América de Remo Costal Beach Sprint, realizada em Lima, Peru, de 25 a 27 de abril, os atletas brasileiros conquistaram três medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze, resultado que colocou o Brasil em primeiro lugar geral no quadro de medalhas do evento.
“Resultado sempre traz mais investimento e motivação para quem vive a modalidade. Esse feito sem dúvida é importante para a equipe e toda a comunidade do remo. Mostra que estamos no caminho certo e que temos tudo para despontar no cenário mundial. O Brasil tem tradição nos esportes de praia e com o remo não será diferente”, destacou Fernanda Nunes, que foi um dos destaque da equipe na competição.
Junto com Vangelys Reinke, ela foi campeã no double mix Beach Sprint, prova que fará parte do programa olímpico de LA, além de conquistar pratas no four feminino, four misto (endurance 6km) e na prova de endurance 23km feminina.
Fernanda representou o Brasil no remo nos Jogos do Rio 2016 e está buscando uma nova oportunidade olímpica no remo costal. O objetivo segue o mesmo, mas os desafios agora são um pouco diferentes.
“Manter o foco com tantas provas de tamanha intensidade é sempre o mais difícil. Se a cabeça está boa com o olhar para o que tem que ser feito, a gente nem sente que o corpo está cansado. Então, fui conversando muito comigo mesma para tentar me manter no trilho, conter o nervosismo e tirar as distrações - minha psicóloga, Nathalia, sabe bem”, brinca a atleta.
Além dos desafios da rotina pesada de treinamentos e competições, Fernanda foi eleita em janeiro para o ocupar o cargo de presidente do Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil (CACOB). Ela já havia sido a atleta mais votada no pleito que elegeu a nova formação da CACOB para o ciclo Los Angeles.
“Está sendo uma experiência desafiadora, mas acho que até o momento estou indo bem. Tenho muita energia e uma cabeça muito agitada, não me imagino hoje em dia fazendo uma coisa só. Também acredito muito que os atletas devem estudar e se capacitar durante a sua carreira, não adianta pensar no pós quando ele já está batendo a porta. Vejo a CACOB como um trabalho paralelo, uma segunda carreira”, conta.
Para a remadora, a rotina ainda está sendo adaptada, mas ela conta com o apoio dos companheiros de Comissão e do vice-presidente, o judoca Rafael Silva “Baby”, para administrar as tarefas entre os integrantes do grupo.
“Ainda estou aprendendo a delimitar horários e regras para conseguir produzir, mas também descansar e respirar. Além disso, conto muito com o Rafa, meu vice, e com os demais membros na divisão das tarefas. Somos 25 membros muito capazes de atuar pela CACOB”, explica.
A CACOB tem como missão representar os atletas olímpicos perante o COB e o Movimento Olímpico. A Comissão é um órgão independente com participação e direito a votos na assembleia do COB e voz ativa em órgãos de decisão como o conselho de administração.
Uma das iniciativas da Comissão é a realização do Fórum da CACOB, encontro anual que reúne representantes de todas as comissões de atletas das Confederações olímpicas e pan-americanas do Brasil. Em 2025, o evento chega a sua sexta edição com uma série de palestras nos dias 17 e 18 de maio, no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro.
“Participo dos Fóruns da CACOB desde a primeira edição e sempre aprendi muito. O Fórum é um momento de difusão de informações e trocas. As conexões com os atletas que representam as suas modalidades são muito ricas. A partir dos debates do Fórum conseguimos entender melhor as dores dos atletas e das comissões e, assim, tentamos desenvolver estratégias para apoia-los da melhor maneira. Acredito também que os representantes das modalidades saem com mais ferramentas e bagagem para fazerem um bom trabalho nas suas comissões”, concluiu Fernanda.